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ANPS – Campanha de arrecadação de fundos

Hoje o assunto é sério, como nosso CEO Eduardo Mendes já disse: o trabalho sexual #éTrabalhoDignoTambém e este ser jurássico que vos escreve vota com o relator e da fé. Por essa razão venho falar da campanha de arrecadação de fundos para a ANPS, a “Articulação Nacional de Profissionais do Sexo”.

Sobre a ANPS:

A Articulação Nacional de Profissionais do Sexo (ANPS) nasceu em 20 de dezembro de 2016, sendo uma organização sem fins lucrativos. Tem como principal objetivo a busca da defesa e promoção de direitos humanos, direitos e deveres e respeito pleno da classe das(os) sex workers brasileiras(os) por meio do desenvolvimento das atividades e ações socioeducativas e preventivas a discriminação e violências que a população de trabalhadoras(es) sexuais está sujeita.

ANPS

A ANPS objetiva assegurar a descriminalização do trabalho sexual – desde que exercida por livre e espontânea vontade e por maiores de dezoito anos – bem como propagar ações de saúde, assistência, transversalizando o controle social no enfrentamento às DST’s (IST’s) como HIV, além dos direitos humanos relativos à cidadania e dos direitos sexuais das(os) profissionais do sexo brasileiras(os).

Compõem a ANPS as seguintes instituições nacionais e representantes autônomas como: APROSBA – BA, ASPRORN – RN, GRUPO LIBERDADE – PR, COLETIVO COISAS DE PUTA – PA, MADALENAS – AL e MundoInvisivel.Org, com a coordenação de Monique Prada e Renato Martins.

Quem está nessa campanha:

Por essa razão chamei a Duda Ferrarinni que está encabeçando a campanha no twitter junto com outras(os) sex workers, pra bater um papo e falar um pouco mais da ANPS e também como vocês podem ajudar.

 

Nome: Duda Ferrarini
Idade: 27 anos
Cidade: São Paulo
Instagram: 
Twitter: 

 

Duda, fale um pouco sobre você, a quanto tempo você é sex worker? Conte-nos um pouco sobre o seu trabalho e sua história.

ANPS

Sou paulista, 27 anos e trabalhadora sexual há 7 anos. Quando comecei, tinha encerrado um negócio próprio de tatoo e body piercer, estava recém separada, com uma filha de 3 anos e tinha me mudado pra casa da minha mãe. Foi um momento muito barra e eu precisava ganhar dinheiro. Vi no trabalho sexual uma oportunidade de ter a minha independência e ajudar minha família. É bem verdade que eu já tinha uma curiosidade por esse trabalho, então foi relativamente fácil para mim o exercer. Através do trabalho sexual conquistei muitas coisas, conheci pessoas e lutas incríveis, fui pra lugares que aquela garota de 2013 nunca pensou que chegaria.

Hoje trabalho também com o nicho virtual, todo dia aprendendo coisas novas e está sendo incrível.

A partir do que a ANPS foi fundada e o que motivou? Como a ANPS ajuda as(os) Sex Workers?

Duda: O movimento da ANPS surgiu em 2016 com o objetivo de lutar pelos direitos humanos e de cidadania das(os) trabalhadoras(es) sexuais, com a proposta de ações sobre prevenção de DST’s ((IST’s) e outras patologias, ações para amparo direto de trabalhadoras(es) em situação de vulnerabilidade e também para lutar pelos plenos direitos e respeito dessa classe em específico. A articulação está presente em diversos estados, em conjunto com coletivos estaduais, buscando a autonomia, respeito, segurança, direitos que a classe de trabalho sexual necessita. Estamos sempre envolvidas com ações, ainda mais nesse momento de pandemia, voltadas para saúde, prevenção, alimentação para quem precisa e muito mais.

Duda, fale sobre a chegada das trabalhadoras sexuais que estavam na rua na internet, como você vê essa transição e o impacto que espera rolar disso?

Quando deu o boom da pandemia, a nossa preocupação foi justamente como seria possível continuar trabalhando nesse contexto. Muitas migraram para o trabalho virtual, outras já tiveram dificuldade com acesso, equipamentos e com o próprio conhecimento das plataformas digitais, eu mesma encontrei muita dificuldade em entender e estabelecer como seria o meu trabalho nessas plataformas. Um fato é que nem todas vão migrar por “N” motivos, mas é um mercado crescente que promete um espaço democrático onde todos os corpos são bem vindos, aceitos amados mesmo com todos os percalços. É um espaço para todos!

Quem está ajudando você nessa campanha? Fale um pouco mais dela…

Duda: A nossa campanha conta com as(os) queridíssimas(os) do SAC Sensual (que é um grupo de apoio e aprendizado mútuo): Sabrina Star (), Geek Gordinha (), Marbelle F (), Lobo Mau (), Queen Lillith (), Pérola Almeida (), Domme Crystal () e a Corujinha (). Foi de suma importância a participação desses profissionais nessa campanha, porque dessa forma chegamos mais longe juntos para ajudar quem precisa. Cada modelo cedeu um nude, um Gif e um vídeo para a campanha e doando a partir de 5$ no PicPay da ANPS () o contribuinte ganha um prêmio de volta, além de fazer uma boa ação. Tem brinde pra todo gosto!

Duda, você acha que a internet ajuda a dar voz para as sex workers? Tem alguma dica para quem está começando?

ANPS

Como disse anteriormente, a internet é um espaço muito democrático. Não só os nossos serviços chegam longe, mas também as nossas ideias, aspirações, desejos. Cada vez mais está sendo possível falar sobre assuntos tão tabus, embora haja uma censura real presente em redes como Instagram e a partir de leis estadunidenses como FOSTA e SESTA, mas isso já é assunto para outro dia, rs.

Mesmo assim, se é do seu desejo fazer parte desse mundo como trabalhador(a), não se acanha e vem, é um mundo que possibilita a gente enxergar nosso corpo e a nossa sexualidade com mais carinho e atenção. No começo vai ter muito trabalho, mais do que esperado, afinal é trabalho e precisa de muita garra, empenho e força de vontade. Leiam, procurem outras(os) sex workers, estudem muito e divirtam-se. Ademais, unam-se! As melhorias e direitos que precisamos só vão ser possíveis com a nossa união!

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