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Masculinidade Frágil

Nos últimos dias o reaparecimento de Tiago Iorc com a música “masculinidade” provocou opiniões diversas, alguns dizem que o cantor não tem propriedade da mensagem que traz na música por não ter feito algo efetivo na sociedade sobre o machismo, e que por isso é uma hipocrisia querer ganhar likes em cima de uma bandeira que não ergue em sua vida pessoal. Porém, quero falar com vocês sobre a mensagem e não a pessoa que canta, vamos transcender o aspecto “fala, mas não faz na prática”, porque acredito que a mensagem é muito maior do que seu porta-voz. Hoje vamos falar de masculinidade frágil.

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Masculinidade Frágil

Masculinidade Frágil

A virilidade está pautada nos comportamentos considerados de “macho” como não chorar, não parecer sensível, reprimir as emoções para não ser chamado de “bicha”, porque seria uma ofensa ao masculino. Esse pensamento está tão enraizado que homens são criados para serem “indestrutíveis”, não há lugar para as emoções, e qual a válvula de escape se não pode falar do que sente? A pornografia é o meio perfeito que junta a agressividade gerada pela repressão dessas emoções e o sexo como prova da virilidade, o vicio em pornografia é uma compulsão gerada por emoções não trabalhadas, negar o feminino que existe em cada homem é matar uma parte sua e transforma-lo em um homem violento e violado.

Sou psicóloga com abordagem Junguiana, nessa linha teórica trabalhamos com o que se chama de “anima” e “animus”, são arquétipos que estão presentes no homem e na mulher, independentemente da orientação sexual. O animus é o lado masculino inconsciente de uma mulher, e a anima como o lado feminino inconsciente de um homem, não saber lidar com essas duas facetas que nos traz completude gera vazio e a ansiedade por preencher algo que não se sabe o que é, ter medo do feminino é se tornar um homem reprimido e adormecido.

O que é ser homem…

Na minha página abordo temas sobre sexualidade, relacionamento, e falarmos sobre essa masculinidade frágil é necessário para resgatar “o que é ser homem”, há tantos possíveis homens, ser homem é mais que masculinidade, exige escolha, inclusive a escolha de não aceitar o que foi dito como “não ser coisa de homem”, é se responsabilizar no dia-a-dia e quando estiver num grupo de amigos que falarem “para de bichisse” levantar a mão para dizer “oh amigão, isso não é xingamento”, é incentivar nossas crianças expressarem o que sentem, é ter cuidado com o complexo de superioridade e o orgulho, pedir um abraço quando está exausto da luta diária, é chorar quando está doendo, pedir ajuda porque você não está sozinho.

Vejo cada vez mais disfunções sexuais masculinas que são geradas pela falta de conhecimento de si mesmo, a velha masturbação repetitiva, o padrão de sexo, a potencia que é socialmente exigido. Relacionamentos sexualmente estagnados pelo medo do homem usar um vibrador, porque vê uma ameaça a sua virilidade, a quebra desses pequenos hábitos do relacionamento sexual pode ressignificar a criação machista que tivemos, incluo aqui também mulheres, porque somos também fruto do machismo e muitas ainda repassam essa cultura patriarcal de forma automática.

Homem, você não precisa lutar contra seu feminino, ela é a parte que te equilibra para sua parte de homem macho…machucado.

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