Home Porno Vintage Calígula – Perturbador, amado, cultuado e execrado

Calígula – Perturbador, amado, cultuado e execrado

Salve legionários, trago hoje para ser apresentado em nossas fileiras, nada mais, nada menos, do que o nosso controverso imperador Calígula. Na verdade, seu nome era Caio Júlio César Augusto Germânico.

Recebeu o apelido de Calígula (“Botinhas”) dos legionários a serviço de seu pai, que achavam graça de vê-lo quando ainda era pequenino vestido de militar e usando “cáligas” – meio que uma “sandália coturno” usadas pelos soldados na época.

Será que esse apelido o deixou P da vida? Com certeza sim (risos), foi um de outros tantos motivos pra ele querer “tocar o terror” na Roma antiga.

Calígula virou filme em 1979 com Malcolm McDowell (o mesmo de Laranja Mecânica, de 1977) como o personagem principal, Peter O’Toole como Tibério e Helen Mirren como Cesônia.

Calígula

O longa-metragem foi dirigido por Tinto Brás e produzido por Bob Guccione (criador da revista Penthouse) que investiu 17,5 milhões de dólares.

A princípio não era pra conter cenas de conteúdo pornô e violência, porém, pouco antes do seu lançamento, Guccione (sim, o cara da Penthouse), temendo prejuízo, acabou enxertando cenas de sexo explícito (para a nossa alegria) e de violência para esquentar a obra.

Calígula

O fato é que ninguém queria saber da veracidade dos fatos históricos. O filme faturou, apenas nos Estados Unidos, 23.4 milhões de dólares no ano de estreia.

A produção é uma das mais polêmicas realizações do cinema – o único que mostra o show de perversões que o Império Romano escondia, e conta a história do mais “piradão” dos imperadores, que mantinha um bizarro caso sexual com sua irmã, e era casado com a mais infame das prostitutas.

Ao mesmo tempo que Calígula vivia cercado de bajuladores, tinha também inimigos perigosos, loucos para vê-lo longe do poder.

O filme inclui extrema violência, deboche, muita humilhação e a organização de orgias absurdamente exageradas. Alguns pensam não haver roteiro no filme, mas ele está lá e é eficiente dentro da proposta que se propõe, tratando o Imperador como uma pessoa “3 Volts”, voltada para suas bizarrices.

Pensa só, se você fosse convidado para ir numa festa dele, teria todo o direito de se mijar de medo, porque ele podia fazer o que bem entendesse com você, indo ou não indo com a sua cara (risos).

Podemos ver como a coisa era na prática naquela época, com várias cenas bastante explícitas, incluindo masturbação, penetrações, sexo oral, lesbianismo, etc.

Mas, contudo, muito filme pornô atual põe ele no chinelo em termos de sexo. O que conta é todo o clima de tom teatral e apelo dramático em diversas cenas, a superprodução com grandiosos cenários e figurinos a perder de vista, além do elenco de primeiro time.

Devo falar que o Calígula dividiu Hollywood, quando muitos diretores recusaram assumi-lo por conta do conteúdo explícito, rechaçado pela crítica.

Calígula

Roger Ebert, o mais famoso dos críticos americanos, deu nota 0 ao filme, considerando-o um lixo indescritível. Outros tantos críticos reforçaram o fato de que possivelmente em todo o filme apenas 6 minutos de seus 150 no total sejam de qualidade, estando o resto voltado aos bacanais e sadismos de Calígula e de toda a trupe romana.

Na verdade, acho mais que o filme retrata uma visão desse período da história do império romano, o sexo acaba sendo uma maneira de ilustrar o modo como os romanos o viam, a violência, e a liberdade de demonstrá-los. 

Calígula tornou-se um dos filmes mais amados (se podemos dizer assim), repudiados (com certeza) e “cultuados” da história do Cinema, justamente por toda essa sua “ousadia estética” e principalmente pelo furor causado em meio aos temas considerados tabus pela sociedade.

Calígula, ame ou odeie… ou não.

Uma cena de Calígula

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